domingo, 31 de maio de 2009

Novos atletas surgem e outros mostram sabedoria



Não perca na próxima edição

Coluna do mestre com Nahim Barbosa!


"Iniciativa como a desta revista (Jiu-Jitsu Bahia Magazine) contribui para difundir os benefícios que as boas práticas deste esporte, assim como a religião podem trazer para as vidas das pessoas. "

“Deus criou o homem, o homem evoluiu e criou a arte suave, o Jiu-Jitsu!” , disse Nahim.




Nahim Barbosa

Equipe Gracie Barra-Bahia

Professor da Equipe Pequena Ponte

Contatos; pequenaponte@hotmail.com

Fone (071) 3213-4870 / 87757206 / 91416424





O que e que o baiano tem?

A próxima edição da JJBM trará para nossos leitores uma exposição do que é o Jiu-jitsu da Bahia.Com depoimentos de nossos atletas - vamos nos deliciar pelos golpes específicos, pela perseverança de nossos atletas e por fim pelo conjunto que demonstra a supremacia do jiu-jitsu da Bahia.

Com isso demonstraremos que a capital do jiu-jitsu, pode até ser o Rio de Janeiro, mas também vamos mostrar que nossos atletas possuem a teoria e a prática... nos remetendo a expressão filosófica: "Corpo sano , mente sana"
.

Treino para todos nós!

Robbe nos conta a história do jiu-jitsu


JIU-JITSU
A Arte das Técnicas Suaves

A Origem do Jiu-Jitsu

Estudar as origens do Jiu-Jitsu é buscar mais informação a respeito da Índia e em especial do Budismo, já que os historiadores atribuem a esse País o título de “O berço das Artes Marciais”, isto, por volta do ano 500 a.C., portanto, há mais de 2.500 anos.

Siddhartha, titulo conferido a Guatama, o Buda ou Buddha, do sânscrito Budh, significa desperto, esclarecido iluminado, aquele que atingiu a sua meta. Esse nome Buda foi atribuído a Guatama após ter atingido o estado de iluminação, isto é, aquele que tendo superado todos os desejos, eleva-se ao conhecimento perfeito da verdade (bodhi). Guatama é também denominado de Sakya Muni o Santo e Sábio da tribo Sakya e Bhagavat, o Senhor.

Várias tradições situam a vida de Buda entre os anos de 560 e 480 a.C. Siddharta Guatama se comunicava na língua Pali usada, até hoje, como língua sagrada dos budistas do Sri Lanka, Birmânia, Camboja e de todos os lugares onde é aceito o cânon budista, geralmente, conhecido como do “Sul”.

A partir da sua iluminação, Buda começa a pregar a sua doutrina em Varanasi (Benares) próximo à Allahabad e Gaya e no Sudeste da Índia. A expansão desse trabalho, no entanto, não poderia ser realizada sozinho. Diante disso, e com o objetivo de propagar melhor o Budismo, uma das principais atenções de Buda foi dotar os Monges, que eram os seus seguidores, de amplos conhecimentos gerais e culturais.

Nesse trabalho de disseminar a doutrina Budista, os Monges realizavam longas caminhadas pelo interior da Índia. E o que se sabe é que eram freqüentemente assaltados por bandidos das tribos mongóis, que infestavam toda essa região, sem que pudessem reagir fazendo uso de qualquer tipo de arma, já que a doutrina Budista impunha essa restrição.

Diante dessas constantes ameaças e recorrendo aos seus sólidos conhecimentos dos pontos vitais do corpo Humano e da física, onde se destacam os princípios de alavanca, momento fletor, torção, compressão, equilíbrio e centro de gravidade, os Monges iniciaram a criação de movimentos e de golpes de defesa pessoal onde não fosse necessário o uso de armas nem da força bruta, ao contrário, usando um mínimo de esforço, para dominar e derrotar os seus agressores, muitas vezes fisicamente mais fortes.

Esta iniciativa genial dos Monges, diante da necessidade de legítima defesa, estando restritos à filosofia da doutrina Budista e adaptados ao biótipo de seu povo, baixo e franzino, foi o embrião das técnicas que deram origem à criação do Jiu-Jitsu. E, a filosofia Zen nascida do Budismo é, sem dúvida, o traço marcante entre o Budismo e as antigas Seitas de Jiu-Jitsu.

O Jiu-Jitsu é, de fato, o resultado do desenvolvimento de uma Arte Científica de Luta sendo considerada a mais perfeita e completa forma de defesa pessoal de todas as épocas, onde, séculos mais tarde no Japão, foi chamada de a “Arte das Técnicas Suaves” ou, simplesmente, “Arte Suave”. (Jiu - Suavidade e Jitsu - Técnica).


A propagação do Jiu-Jitsu pela Ásia

A ascensão de Chandragupta ao trono de Magadha, reino que chegou a controlar boa parte da Índia setentrional, deu início ao Império Mauria de 320 a 185 a.C., dirigido em sua melhor fase por Devanampriya Priyadarsim, conhecido como Rei Asoka, por volta de 250 a.C., que se converteu ao Budismo.

Asoka reinou, portanto, dois séculos depois de Buda e os pilares desse império foram uma administração fortemente estruturada que contava com um poderoso exército.

Asoka expandiu o Budismo criando milhares de Monastérios dentro e fora da Índia. Desta maneira, o Budismo e, com ele, o Jiu-Jitsu atingiram o Ceilão, a Birmânia, o Tibet, o Sião e, depois, todo o Sudeste da Ásia.

Com a morte do rei Asoka e o desaparecimento do império Mauria, os Gregos Bactrianos invadiram a Índia e formaram o reino de Sangala que aderiu ao Budismo, mas, foi por sua vez submetido aos Citas, que eram um povo nômade do Norte da Europa e da Ásia. Esses fatos trouxeram conseqüências negativas para o Budismo e, em decorrência, para o Jiu-Jitsu.

Os brâmanes, que eram adoradores da religião do Deus Brahma, que floresceu antes do Budismo, sentindo-se prejudicados com a expansão e com os princípios que norteavam a filosofia Budista, moveram pertinaz campanha até conseguirem expulsar os Monges budistas do solo indiano. Por esta razão o Jiu-Jitsu, hoje, tem pouca influência na Índia.

Foi nesta época e a partir desses fatos que o Jiu-Jitsu começou a ser disseminado pela Ásia, isto é, há cerca de 2.250 anos. Na sua migração da Índia para o Continente Asiático, o Jiu-Jitsu foi-se ramificando, dando origem a estilos e lutas oriundas de suas diversas partes.

Desta forma nasceram há cerca de mil anos atrás o Sumo, o Kenpo-Jitsu e o Kenpô. O Sumô é praticado sem quimono, utilizando quedas e desequilíbrios do Jiu-Jitsu. É um esporte tradicional na Ásia; O Kenpo-Jitsu é a Arte de aplicar um golpe traumático, Atemi do Jiu-Jitsu, com os braços. Do Kenpo originou-se o Box Chinês. O Kenpô, nascido no sul da China, emigrou para diversas regiões, inclusive a ilha de Okinowa onde, há cerca de 300 anos, passou a se chamar de Karatê-Jitsu que é a arte de lutar com mãos vazias.

Tanto o Kenpô quanto o Karatê nasceram dos Atemis que são os golpes traumáticos do Jiu-Jitsu.

Atravessando as fronteiras da Índia e passando pelo território Chinês, o Jiu-Jitsu atinge o arquipélago japonês no Século II d.C. A partir daí, muitas foram as correntes que transmitiram esta Arte no País do "Sol Nascente", inclusive, existem inúmeras lendas nipônicas relacionadas à criação das Artes Marciais. A história registrada no ano de 1.600 d.C. que um Monge chinês "Chen Gen Pin" teria ensinado a três Samurais. A cada um transmitia uma especialização a saber: Atemi; torções e projeções, e estes difundindo a todo o Japão, ou mesmo se fundindo com outras escolas de Jiu-Jitsu.

Mais de 113 estilos foram criados, sob a forma de verdadeiras seitas de Artes Marciais. No Japão feudal o Jiu-Jitsu era conhecido, apenas, pelos nobres e samurais. As diversas formas e estilos de luta que se desenvolveram no Japão, na antiguidade, eram conhecidas, em geral, como Jiu-jitsu. Ao travarem um combate corpo-a-corpo, os samurais estavam pondo em pratica os inúmeros estilos de luta, muitas vezes, adaptados a cada um dos praticantes sempre a serviço dos Senhores Feudais, nas guerras que empreendiam.

No Japão Feudal usavam-se diversos nomes relacionados ao Jiu-Jitsu, alguns divergiam em fundamentos técnicos outros, no entanto, eram extremamente semelhantes: Aiki-jitsu; Tai-Jitsu; Yawara; Kempô e mesmo o termo Jiu-Jitsu dividia-se em vários estilos como: Kito ryu; Shito Ryu; Tejin, entre outros. É nesta época, onde a forte divisão das classes sociais japonesas, que enaltecia a nobreza dos Samurais, que o Jiu-Jitsu se desenvolve mais profundamente.

Com o passar dos anos, tornou-se o Jiu-Jitsu a maior Arte Marcial japonesa e a sua maior riqueza. Sendo os japoneses homens de pequena estatura, o Jiu-Jitsu tornava-os poderosos e invencíveis perante os ocidentais, apesar da grande envergadura que possuem.

Os nipônicos aperfeiçoaram a Arte de Lutar, onde poderiam decidir a vida ou a morte de um guerreiro em disputa. Era então o Jiu-Jitsu, uma prática obrigatória dos jovens que, futuramente, seriam "Samurais" ao lado da esgrima, da literatura, da pintura, da cavalaria e de outras atividades.

Como se vê, foi no Japão que o Jiu-Jitsu cresceu e se enriqueceu. Por muito tempo, o Jiu-Jitsu foi a luta mais praticada no Japão. Nessa época, a difusão do Jiu-Jitsu chegou a ser proibida e a transgressão dessa determinação era considerada como um crime de lesa pátria.

O Japão que, até esta época, era um País fechado à cobiça ocidental, recebeu a visita de uma esquadra norte-americana comandada pelo comodoro Perry, em 8 de julho de 1853, quando entregou ao Xogum uma carta intimando à abertura dos portos.

Em março de 1854, o comodoro Perry retorna ao Japão com nova esquadra. O resultado foi a abertura dos portos de Shimoda e Hakodate, ambos pequenos e de pouca importância.

Em 1868, novos portos foram abertos – iniciando-se a era Meiji que durou até o ano de 1912.

Em 1871, o Imperador Meiji inicia grandes modificações sociais, propiciando a penetração dos ocidentais. A "ocidentalização" do Japão e a conseqüente penetração estrangeira iniciada nesta fase trouxe sérios e graves problema para os nipônicos, acarretando perigo ao seu grande segredo o Jiu-Jitsu.

Os japoneses de pequena estatura com conhecimentos de Jiu-Jitsu tinham condições de derrotar, numa luta real, os grandes e fortes ocidentais. Porém, a partir do momento em que estes aprendessem Jiu-Jitsu, a supremacia técnica dos japoneses, em luta corpo-a-corpo, desapareceria.

A curiosidade dos ocidentais, em aprender o famoso sistema de luta o Jiu-Jitsu, passou a ser um problema para os filhos do Império do Sol Nascente. O Governo japonês resolveu, então, criar um falso estilo de Jiu-Jitsu voltado para uso externo, sem a mesma eficiência do Jiu-Jitsu, como luta real.

Por volta de 1880, um funcionário do Ministério de Cultura Japonesa e Professor de Jiu-Jitsu Jigoro Kano, é escolhido para criar, uma modalidade de luta que se assemelhasse com o Jiu-Jitsu, mas, que não deixasse transparecer as técnicas eficientes e secretas da Nobre Arte.

Nascia, assim, o sistema Kano de Jiu-Jitsu, que mais tarde foi batizado com o nome de Judô, o Caminho Suave, baseado em projeções e imobilizações com pouquíssimas finalizações, muito assemelhado ao Jiu-Jitsu em sua fase chinesa.

Em 1882, Jigoro Kano fundava a escola Kodokan. O Judô criou regras para um confronto esportivo baseado no espírito do ippon-shobu que significa a luta pelo ponto completo.

O ensino de Jiu-Jitsu aos estrangeiros passou a ser considerado crime de lesa pátria.

O judô, no entanto, foi exportado para o Ocidente, acompanhado de grande propaganda tornado, mais tarde, Esporte Olímpico.

Os japoneses passaram, então, a treinar Jiu-Jitsu entre si, isto é, às escondidas.
Recentemente, os próprios japoneses sentiram que o Judô estava lhes dificultando o aprendizado do Jiu-Jitsu. E, com a morte de Jigoro Kano, trataram de introduzir secretamente, no Judô, um estilo de Jiu-Jitsu que servisse de defesa pessoal para os judocas, já que o Judô é um esporte. Dessa forma foi, ocultamente, introduzido no Judô o Goshin-Jitsu.

Dentro do mesmo espírito de raciocínio o professor Funakoshi transforma o Karatê-Jitsu, um estilo de Jiu-Jitsu traumático, num esporte e cria o Karate-dô que, como o Judô, ganhou rapidamente o mundo Ocidental com larga propaganda.

O Jiu-Jitsu foi assim desmembrado num esporte de quedas e outro de traumatismos. Com esse mesmo objetivo os japoneses criaram, ainda, um esporte de torções de Jiu-Jitsu, o Ai-Ki-Dô esportivo que é oriundo do Ai-Ki-Jitsu, arte de executar torções de Jiu-Jitsu, o que também ocorreu por volta deste início de século.

Foram assim fechados aos olhos estranhos, os segredos de sua Arte Marcial Milenar. Os livros e publicações sobre o verdadeiro Jiu-Jitsu foram recolhidos. Os cento e treze estilos de Jiu-Jitsu e milhares de escolas de Jiu-Jitsu tiveram seus nomes mudados, principalmente, para escolas de Judô.


A Introdução do Jiu-Jitsu no Brasil

James Gracie, bisavô de Carlos Gracie era escocês e, certa vez, se desentendeu com o governo de lá e se mudou para o Brasil. O filho dele, Pedro era banqueiro no Rio de Janeiro e teve dezoito filhos, entre eles, Gastão Gracie. Foram quase todos diplomatas.

Gastão Gracie falava cinco idiomas e estava próximo de assumir um posto diplomático na América Central. Antes, porém, desembarcou em Belém do Pará e apaixonou-se pela Mãe de Carlos Gracie, Cesalina. Com isso, resolveu ficar por lá e estabeleceu-se na Cidade como importador de dinamites.

A introdução do Jiu-Jitsu no Brasil está intimamente ligada à Família Gracie, afinal foi em virtude de uma deferência especial a Gastão Gracie, que Mitsuo Maeda começou a ensinar Jiu-Jitsu ao seu filho mais velho Carlos Gracie.

Em 1914 Mitsuo Maeda, o Conde Koma, Professor e campeão de Jiu-Jitsu chegava ao Brasil como adido comercial do Japão no Brasil, tendo se tornado grande amigo de Gastão Gracie, em razão da afinidade que tinham. E, em retribuição aos favores prestados por Gastão, e sabedor da grande preocupação de Gastão tinha com esses filhos que, com freqüência se envolviam em brigas de rua, resolveu ensinar as técnicas de Jiu-Jitsu ao seu filho, Carlos Gracie.

Após aprender as técnicas básicas de Jiu-Jitsu com o Conde Coma, Carlos Gracie começou a dar aulas para os amigos do Banco do Brasil e, com resultado, acabou fazendo disso uma profissão.

Helio Gracie era o irmão caçula e não recebeu aulas do Conde Coma nem do seu irmão Carlos, como afirma na sua entrevista à Revista Playboy de fevereiro de 2001. Helio Gracie estudava no Colégio Diocesano do Rio de Janeiro e sofria de vertigens e desmaios. Como ninguém sabia o que ele tinha, acabou por convencer a sua Mãe a tirá-lo da escola.

Perto dos 14 anos não tinha como ocupar o tempo e passava o dia inteiro assistindo seu irmão Carlos dar aulas de Jiu-Jitsu. Depois de um ano e meio, parecia um papagaio, isto é, sabia repetir tudo o que o irmão explicava aos alunos. Um dia Carlos estava atrasado e Helio Gracie deu aula em seu lugar. A partir daí resolveu adaptar o Jiu-Jitsu ao seu próprio jeito. Após aprender Jiu-Jitsu e começar a praticá-lo, nunca mais teve problemas de saúde.

Como Helio diz: “Eu não inventei o Jiu-Jitsu. Mas o que eu pegue era uma porcaria, assim como o avião do Santos Dumont comparado ao supersônico de hoje”. Os irmãos aprimoraram as técnicas aprendidas, tornando-as mais eficientes e acessíveis ao tipo físico de qualquer pessoa.

Nascia, assim, o Gracie Jiu-Jitsu, hoje, mundialmente conhecido como Brazilian Jiu-Jitsu, transformando-se na mais completa e melhor forma de defesa pessoal que se conhece em nossos dias.

Helio Gracie recebeu do Governo dos Estados Unidos um certificado reconhecendo que ele era o criador do Jiu-Jitsu praticado lá.

Os Irmãos Gracie passam por Minas Gerais e em Belo Horizonte ministram algumas aulas num hotel da região. Em seguida seguem para São Paulo e no bairro das Perdizes montam uma academia. Sem o sucesso desejado transferiram em 1920 residência para o Rio de Janeiro e lá fundam a Academia de Jiu-Jitsu, localizada à Rua Marquês de Abrantes, Praia do Flamengo, onde começaram a transmitir os ensinamentos aprendidos com o Professor Maeda e desenvolvido por eles.

A partir daí, o Jiu-Jitsu passou a ser difundido com sangue e suor. A luta de quimono, desconhecida dos brasileiros, foi-se impondo, através de vitórias, contra todas as formas de luta que aqui existiam como a Capoeira, a Greco-Romana e o Boxe e, mais tarde, quando aqui chegou, o Judô Esportivo e, recentemente, o Karatê-Dô esportivo.

Lutas épicas e memoráveis de Hélio Gracie, contra adversários fisicamente mais fortes, colocaram o Jiu-Jitsu brasileiro acima de todas as demais formas de lutas. As sucessivas vitórias de homens franzinos contra gigantes musculosos, fizeram com que, bem cedo, os mais incrédulos acreditassem na invencibilidade do Jiu-Jitsu.

Após anos de lutas e de estudos, desenvolveu-se um verdadeiro Estilo Brasileiro de Jiu-Jitsu, com aprimoramento da luta de chão e o lançamento, pela primeira vez, da luta de Jiu-Jitsu sem quimono valendo, inclusive, golpes traumáticos.

Atualmente, o Jiu-Jitsu Brasileiro encontra-se em plena expansão em nível mundial, conseqüência de um trabalho que teve seu início na década de 20. A partir daí, surgiram na Família Gracie lutadores notáveis como Carlson, Rolls, Rickson, Royce, Royler, Roger e muitos outros.

Enquanto isso, na mesma época de Mitsuo Maeda, outros japoneses continuaram difundindo o Jiu-Jitsu. “Geo Omori”, por exemplo, aceitava desafios no picadeiro do circo “Queirolhos” e foi ele também quem fundou a primeira Academia do Brasil, em São Paulo no Frontão do Braz, na Rua Rangel Pestana , no ano de 1925, segundo o historiador Inezil Penna.

Os irmãos Ono vieram ao Brasil na década de 30, advindos de um renomado mestre de Jiu-Jitsu do Japão. Aqui no Brasil formaram muitos alunos, mas, acabaram por adotar a prática do Judô.

Takeo Yuano muito conceituado por sua exímia técnica, viajou por todo o Brasil e ensinou Jiu-Jitsu em cidades como São Paulo e principalmente em minas Gerais, onde lecionou e até estimulou a criação da Federação local.


O Jiu-Jitsu na Atualidade

De início o Jiu-Jitsu foi desenvolvido com a finalidade de auto defesa sem o uso de armas. Mais tarde tornou-se uma Arte Marcial * e, hoje, é praticado amplamente como esporte.

* O termo Marcial vem de Marte, Deus da Guerra, no Panteão Romano, irmão de Minerva, Deusa da sabedoria. Marcial não quer dizer que este deus representasse a guerra exterior ou meramente belicista, responsável pela destruição do Homem. O simbolismo real desta entidade mitológica era a derrota do inimigo interno, responsável por todas as desgraças humanas, como afirma o Prof. Dr. José Augusto Maciel Torres no seu excelente artigo: “O Caminho Esotérico nas Artes Marciais”, na Edição Ano I, nº 1 do Jornal Bahia Marcial.

Foi a partir do final de 1973 que foram iniciadas as competições oficiais de Jiu-Jitsu Desportivo, no Brasil. O 1º Torneio Oficial de Jiu-Jitsu do Brasil, ocorreu na Associação Atlética Banco do Brasil, no Bairro da Lagoa, na Cidade do Rio de Janeiro, antigo Estado da Guanabara, no 2º final de semana de Dezembro de 1973, isto é nos dias 08 e 09, organizado pela Federação de Jiu-Jitsu da Guanabara, cujo Presidente era o Grão Mestre Helio Gracie, Faixa Vermelha 10º Grau.

Participaram do Torneio academias do Rio de Janeiro, de São Paulo e de Belo Horizonte. Foi, de fato, o 1º Campeonato Brasileiro de Jiu-Jitsu. Nesta época, ainda não tinha sido fundada a Confederação Brasileira de Jiu-Jitsu, mas, apenas a Federação de Jiu-Jitsu da Guanabara, a 1ª em todo o mundo.

Entre os Atletas que participaram do evento na categoria Faixa Preta destacamos: Rolls Gracie; Rorion Gracie; Rocian Gracie; Reyson Gracie; Mauricio Robbe de Almeida e Mario Rosado, ambos representando a Academia Pedro Hemetério de São Paulo; Álvaro Barreto, Edir, entre outros.

Até a realização deste 1º Torneio Oficial, ocorriam lutas isoladas entre atletas das academias, sem que se pudesse premiar os melhores. Além disso, até então, não existiam regras definidas referentes às faixas, os pesos, às categorias de idades e tempo de luta.

Foi a partir desse evento que o Jiu-Jitsu transformou-se em Jiu-Jitsu Desportivo alterando, radicalmente, as estratégias de luta, pois, enquanto não havia um tempo determinado para se dominar e vencer o oponente, o lutador poderia fazer uma luta defensiva e partir para o ataque quando fosse mais conveniente para ele.

De lá para cá, foram criadas as Regras de Competição, amplamente difundidas pela Confederação Brasileira de Jiu-Jitsu. Com isso, a finalização deixou de ser o foco da luta dando lugar à pontuação como forma de vencer o oponente.


As grandes alterações de estratégia no Jiu-Jitsu

Nos anos 50, o objetivo final da luta de Jiu-Jitsu era provar que, em combate real, o adversário era dominado com eficiência, sem limite de tempo e contra qualquer modalidade de luta.

Com a proibição do programa Heróis do Ringue, de Luta Livre, hoje, Vale tudo, a partir dos anos 60, o Jiu-Jitsu sofreu um grande baque na sua divulgação. Por outro lado, os bons treinos que Rolls fazia e impressionava as platéias não eram suficientes para divulgar e expandir cada vez mais o Jiu-Jitsu.

Diante desses fatos, Rolls passou a estimular as competições, dando um novo enfoque ao Jiu-Jitsu, isto é, de atividade esportiva. Isso foi uma alteração radical na filosofia que orientava o Jiu-Jitsu até então.

Rolls imprimiu uma mudança drástica de estratégia no Jiu-Jitsu, a partir daí. Os lutadores passaram a ter a necessidade de lutar com um bom desempenho num curto espaço de tempo. O Jiu-Jitsu deixou de ser defensivo para ser ofensivo.

Rolls impunha o seu jogo num ritmo impressionante. Ele introduziu a preparação física e o alongamento, nas suas aulas coletivas, como forma de aumentar o desempenho dos atletas.

Ele aplicava os princípios de alavanca com maestria e era muito veloz, parecia um gato. A impressão que se tinha ao lutar com ele é que tinha uma força imensa, no entanto, não passava de 70 kg.

Mais recentemente muitos lutadores afastaram-se desses objetivos e passaram a conduzir as lutas visando uma progressão na pontuação e não mais visando a finalização. A força do lutador consegue nesse tempo de luta, substituir a técnica apurada, pois, visa garantir posições conquistadas com a amarração da luta.

Recentemente, um campeonato mundial na categoria faixa preta absoluto foi decidido com apenas uma vantagem. Realmente, isso não reflete a supremacia de um lutador em relação ao outro.

O que o Rolls propunha era um aumento na eficácia do lutador para finalizar o adversário no menor tempo possível, nos limites que as regras impunham. Caso não houvesse finalização, as vantagens e os pontos decidiriam a luta.

No entanto, visar apenas a pontuação é, a meu ver, uma deturpação dessa proposta gerando o anti Jiu-Jitsu. É urgente a mudança nas regras para que essas deformações não mais ocorram.


O Jiu-Jitsu como alternativa de negócio


Com tudo isso, Rolls aos 31 anos de idade, quando ocorreu a sua trágica morte em 06.06.1982, não tinha conseguido ganhar dinheiro com o Jiu-Jitsu, mas, tinha criado as condições para que o Jiu-Jitsu se expandisse em muitas partes do mundo.

Quando Rorion foi para os Estados Unidos começou o grande processo de difusão do Jiu-Jitsu além das fronteiras brasileiras. Em seguida foram muitos outros: Rickson; Rocian; Royce; Royler e muitos outros.

Diante do enorme sucesso o Jiu-Jitsu, hoje, está em evidência em todo mundo. Muitos são os professores de outras modalidades de luta que passaram a “ensinar” Jiu-Jitsu, deixando os alunos se embolarem no chão sem qualquer orientação séria.

No Estado do Rio de Janeiro a lesgislação obriga os Professores de Jiu-Jitsu a portarem diplomas da Confederação Brasileira de Jiu-Jitsu além de participarem de cursos de atualização técnica e pedagógica promovidos pela ABRAFE.

Nós nos tornamos grandes amigos. Almoçávamos ou jantávamos juntos, passeávamos e viajávamos. Passávamos reveillon em Búzios. Eu o levei diversas vezes para pular de asa delta. Todas as vezes ele me estimulava a pular, mas, eu nunca quis, por achar que era um risco desnecessário.

Fui eu quem desenvolveu a primeira marca para ele, da Associação de Vôo Livre do Rio de Janeiro - AVLERJ, que havia criado na Praia do Pepino, no Rio.

Naquela época agente vivia inventando alternativas para aumentar a nossa receita. Chegamos até a vender coco. Agente comprava em Campo Grande e vendia nas lanchonetes da Zona Sul.

Realmente, a morte do Rolls foi uma perda irreparável, não apenas, para os seus amigos como para o Jiu-Jitsu. Felizmente, Carlos Gracie Jr. assumiu os seus alunos e veio a criar, mais tarde, a Gracie Barra que é a maior Equipe de Jiu-Jitsu do Mundo e a que mais títulos acumula.

Temos todos procurado dar seguimento ao Jiu-Jitsu através de um trabalho iniciado pelos Grão Mestres Carlos Gracie e Helio Gracie, ensinando, difundindo e fortalecendo, cada dia mais, esse esporte extraordinário.

Mauricio Robbe

" A nossa primeira capa - para a pré-banca(...) foi um rola difícil mas com uma finalização que raspou todas as expectativas.Nos superamos como lutadores para chegarmos perto do sonho de sermos jornalistas marciais"...
Para tantos e tantos que torciam pela nossa derrota usaremos um texto batido das romarias: "Vencemos a batalha a grande guerra ainda esta por vir". Mas somos três guerreiros de kimono e gravadores, declarações e leades, os adversários são muitos: A revolta daqueles que foram abandonados no passado por componentes que fazem a nossa revista, muitos discípulos da inveja que nos perguntavam a quantas andavam nosso trabalho... e ao final chegamos a conclusão de que conseguimos chegar ao nosso objetivo, matamos um arm lock por dia, mas saímos desta experiência com a lição passada por um de nossos entrevistados da edição nova da JJBM - a lição doce do atleta Pitt que nos comoveu com sua deficiência visual e sua perseverança nos tatames, nos ensinando a enxergar além dos adversários e do horizonte.

JJBM ( DÉBORA, VANESSA E VICTOR)

Orville Neto ensina: Triângulo na guarda.




Treino Duro - Luta Fácil!

Dos exemplos assimiláveis do jiu-jitsu

Por Débora Ivanoff,
Vanessa Barroso e
Victor Braid



" A figura do "pitboy" permanece nos níveis inferiores da hierarquia desportiva por nunca ser percebido como um lutador responsável, só contribuindo para denegrir um esporte extraordinário e os seus praticantes civilizados".
( Maurício Robbe).


A pergunta que se faz ao discutirmos os estereótipos tomados como exemplo pelos atletas do jiu-jitsu é a seguinte: Que exemplos são assimiláveis nas academias de jiu-jitsu?

Pois bem, toda nossa produção em ciência, é uma tentativa filosófica de responder a esta pergunta.Pois estes exemplos existem, em vez de não existirem – Uma vez que, professores e mestres, muitos destes desprovidos de anuência didática e psico-social, são tidos como tais.No fundo, esta pergunta remete-se ao sentido, a concepção deste sentido (em dupla definição).Ou seja refere-se , ao sentido de exemplo enquanto significado – onde a figura do mestre é associada a idéia de poder, supremacia e sucesso e também ao exemplo enquanto direção, onde os alunos se colocam no lugar comum de discípulos de seus mestres.

Um professor de jiu-jitsu numa equipe é a referencia temática do sentido de seus alunos, ao passo que o sentido da “arte suave” pode ser transmitido através da idéia de homeostase, de sentido vital, de caminho para a harmonização entre corpo e mente.Além disso, este mestre pode promover uma simbiose de conteúdos sociais, onde devem estar impressos valores sociais.

Por outro lado, existem os mestres que podem produzir uma temática de sentido negativa, onde este promove a violência, tanto social quanto psicológica em seus alunos, levando-s a cometer arbitrariedades e enfermidades para com seus ciclos sociais.

Desta forma, confere-se um sistema de análise de filosofia de ensino destes mestres que são tomados como exemplos e doutrinam seus alunos.Mediante tal sistema pode-se fazer uma indicação de avaliação psicológica destes mestres – no momento em que estes tenham que pegar suas faixas pretas.

Além dos mestres e professores, adejem-se neste campo os atletas de reconhecimento nacional ou internacional – estes atletas através do pressuposto midiático, local que promove modelos de comportamento, o sentido de direção – bem como, a segunda acepção voltam a aparecer daí desencadeia-se um processo idealizatório de imagem e construção da mesma.

Podemos exemplificar, tal suposto supracitado através da imagem que concerne os lutadores de jiu-jitsu, quase todos possuidores de: Cabeça raspada, “orelhas de couve-flor” -causados pelo estouro da cartilagem através do acumulo sanguíneo na região-(orelhas com deformações que podem ser provocadas pelos praticantes),colares de metal, companhia quase que assídua de um Pit Bull (animal canino de origem germânica) e linguajar com gírias específicas.

O individuo que passa a se compor desta forma, perpassa pelo que convencionamos chamar se “síndrome do Kaspar Hauser”, ou seja, ele involuntariamente mediante o sentido marxista de alienação passa a ser mais um produto da Industria cultural, entendendo assim que faz parte de uma comunidade – onde todos os membros preconizam os indivíduos estereotipados e idolatrados pela mídia.

Chega-se à conclusão de que a questão da imagem é, sobretudo, um principio ativo que parte do espectro de significados e símbolos que constituem uma leitura semântica da gramática do jiu-jitsu, passada por mestres, professores e atletas ( que tornam-se celebridades instantâneas).

Maurício Robbe - Aprenda com o mestre!

Aprendendo com o mestre!


Gracie Barra Bahia - Notas

Jiu-Jitsu Social: Gracie Barra promove trabalho com Jovens Carentes

A equipe Gracie Barra Bahia está promovendo trabalho com jovens carentes de Salvador, alunos do Projeto Pequena Ponte.Participam do projeto o professor Nahim Barbosa e o instrutor Joselito Mendes que ensinam jiu-jitsu desportivo nas aulas que ocorrem toda semana desde setembro de 2008 quando o Mestre Maurício Robbe iniciou aulas de técnicas de defesa pessoal. O trabalho da equipe é um exemplo a ser seguido pelas demais equipes.

CONQUISTAS INÉDITAS DA EQUIPE GRACIE BARRA BAHIA

A equipe Gracie Barra Bahia conquista medalhas inéditas, no ultimo campeonato brasileiro de jiu-jitsu, que este ano foi disputado pelos melhores atletas do país.Estiveram presentes na disputa cinco representantes da equipe sendo estes: Nilton Ferreira que conquistou uma medalha de prata, Evandro Vovô que conquistou duas medalhas (uma de prata e uma d ouro) e o Mestre Maurício Robbe que obteve duas medalhas de ouro. É a Gracie Barra Bahia levando o nome do nosso estado para todo país!!!



Campeonato FBJJE


5ª ETAPA DO CAMPEONATO BAIANO DE JIU-JITSU 2009

A Federação Baiana de Jiu-Jitsu Esportivo realizará no próximo dia 31de maio (domingo) as 12:00 horas no Ginásio de Esportes do SESC Aquidabã em Salvador.
A 5ª Etapa do Campeonato Baiano de Jiu-Jitsu, evento que
contará com a participação de atletas de todo estado da Bahia, a entrada no ginásio será um kilo de alimento não perecível, que será doado as instituições carentes, maiores informações pelo Tel 75 3223 2081 ou
pelo site www.fbjje.com.br.